sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PESQUISANDO SOBRE O PROBLEMA DE DODGE

E os dois se encaminharam para o andar de baixo da casa, onde ficava a biblioteca do sábio. Ali se encontravam dezenas de livros sobre a mata, os animais diversos e principalmente, sobre os pássaros. A maioria das pesquisas havia sido feita pelos ancestrais do Dr. Corujito e ele continuava suas pesquisas. Foram direto a um livro que mostrava todos os pássaros do cerrado e lá estava a espécie de Ben, o casaca de couro. Havia muitas informações a respeito deles, mas nada que indicasse haver algum problema com suas asas. Não havia outro relato, a não ser o de Theo, irmão de Ben. Assim, Dr. Corujito pediu-lhe um tempo maior para que aprofundasse mais suas pesquisas sobre o caso, que não parecia ser hereditário. Dodge poderia estar com algum tipo de bloqueio, mas ainda era muito cedo para saber. Ficou combinado que o sábio iria visitá-los nos próximos dias, tão logo tivesse algumas respostas.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ELA SABIA QUE SEU FILHO SERIA DIFERENTE DOS OUTROS...

Dina chorava baixinho para não acordar as crianças. Seu coração estava muito triste por saber que seu filhinho não seria um pássaro como os outros. Certamente seria discriminado, iria sofrer muito durante toda a vida, isso, se tivesse uma vida pra viver, pois um pássaro que não voa, provavelmente, não poderia viver. Mas, sem dúvida, parados é que não poderiam ficar. Era preciso fazer alguma coisa e ela seria forte o suficiente para ajudar o filho. __ Está bem, querido. Amanhã chamaremos nosso amigo para tentarmos entender o que está acontecendo. Vamos dormir. No dia seguinte, papai Ben acordou cedo após uma noite inquietante, e foi procurar o amigo, Doutor Corujito, uma ave conhecidamente sábia, capaz de solucionar diversos casos por aquelas bandas. Apesar de saber que era ainda muito cedo para uma visita, Ben bateu à porta e imediatamente, o amigo lhe atendeu: __ Benjamim, que surpresa, meu amigo. Entre, por favor, vamos tomar um café comigo. O que está havendo? __Amigo Corujito, estamos, Dina e eu, com um problema sério: nosso filhinho, Dodge, não consegue voar. Não sei se tem medo ou algum problema físico. De qualquer jeito, precisamos ajudar nosso filhote. Ele não irá sobreviver se não aprender a voar. __ Hum, isso me lembra se irmão Theo... Será que temos aí um caso de hereditariedade? Precisamos pesquisar. Vamos até a minha biblioteca passareira.

sábado, 24 de agosto de 2013

Como é que você vai se proteger sem conseguir voar?

E falando isso, abaixou a cabecinha, tristemente, e começou a caminhar pelo quintal, em busca de um lugar para esconder-se de si mesmo. Então, seu pai correu em direção a ele: __ Não, meu filho, claro que não! Eu amo você e não quero que fique longe de mim. E eu não estou decepcionado com você, apenas preocupado. Como é que você vai se proteger sem conseguir voar? Você consegue voltar para casa, ou precisa de ajuda? __ Consigo, papai, não é difícil, veja! E foi subindo com tanta agilidade que seu pai ficou espantado. Nunca tinha visto um passarinho escalar antes. Mas, alguma coisa precisa ser feita. Ben pode observar que não era só a passarada quem estava preocupada com aquela situação. A família humana, dona do quintal em que eles moravam, também estava apreensiva. À noite, depois que as crianças dormiram, Ben chamou a esposa para terem uma conversa: __ Querida, já sabemos que nosso menino tem algum problema. Agora, precisamos nos unir para tentarmos resolver. Pode ser que ele tenha herdado o problema que meu irmão teve: paralisia nas asas. Não sei se é hereditário, mas tudo indica que é esse o problema de Dodge. Ele não sente as asas. Precisamos chamar o Dr. Corujito para nos aconselharmos com ele. Ele saberá o que fazer.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A PASSARADA RESOLVEU INTERVIR

No dia seguinte, tudo de novo: um pouco mais fácil agora, porque Dodge já sabia que dava para se virar com seus pezinhos. Ele não conseguia sentir a magia do voo, como mamãe falara. Era como se ele não se sentisse um pássaro. Não sentia suas asas, era como se elas não estivessem ali, como se não respondesse aos seus comandos. Dessa vez, a passarada resolveu intervir: o sabiá foi o primeiro a chegar. Dava pequenos voos para que ele o seguisse. Da mesma forma, Dodge ia atrás, andando. Depois foi a vez do bem-te-vi e, tudo do mesmo jeito. Estava complicado. Papai Ben olhava, desanimado, aquela cena e se lembrava de seu irmão. Será que o destino de seu filhinho seria o mesmo? Preso em uma gaiola? Ou quem sabe, morto. Porque, que garantias de vida tem um pássaro que não voa? Resolveu ajudar. __ Filho, levante as asas e bata-as. Verá que não é difícil; é natural. Você pode, você consegue. Vamos, levante suas asinhas bem alto! __ Mas, papai, eu não consigo levantar as asas. Sei que elas estão aqui, mas não as sinto. Não tenho vontade de voar. Prefiro andar. Para mim é mais fácil. Eu sei que você está decepcionado comigo, mas eu não consigo sentir. Se você quiser, eu vou embora para bem longe daqui, para não envergonhá-lo.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

TENTE, DODGE!

Papai Ben foi atrás, na retaguarda, só esperando para amparar o filhinho medroso, caso alguma coisa acontecesse de errado. Apesar da bronca que deu no filho, sentia que não era culpa do menino. Lembrou-se de seu irmão gêmeo, que teve problemas com suas asas e também tinha verdadeiro pavor de voar. Nunca aprendeu. E acabou preso em uma gaiola, felizmente, por um bom menino, que o encontrara e levara para casa. Durante algum tempo, Ben fora visitá-lo. Ele era feliz e estava seguro. Mas, isso jamais aconteceria com seu filhinho querido! Era só uma questão de tempo e logo, logo, talvez naquele mesmo dia, Dodge já estaria voando. Mas, não foi bem isso o que aconteceu. Mamãe Dina já estava cansada de fazê-lo seguir seus passos, ou melhor, seus voos. Ela voava até um ponto para que ele a seguisse. Ele fazia isso, mas andando; nem sequer tentava bater as asas. Por mais que sua mãe se esforçasse e lhe incentivasse, Dodge não demonstrava nenhum interesse em, pelo menos, tentar. No entanto, em pouco tempo, aprendeu a escalar os galhos e chegar à laranjeira no final da tarde. A passarada, que estava na expectativa, foi toda embora decepcionada. Afinal, um filhote de casaca de couro não saber voar?

domingo, 18 de agosto de 2013

SENTIR-SE UM PÁSSARO

E o pobre Dodge, com os olhos cheios de lágrimas, querendo pular no colo da mamãe, teve que se levantar. Mas o café da manhã não desceu. Teve que ficar em jejum. Ceci já estava lá embaixo, fazendo suas peripécias. __ Filho, você precisa sentir que é um pássaro; está em sua alma. Voar é liberdade, você precisa sentir. Respire fundo e vá tentando aos poucos. Mamãe está aqui para te ajudar. E dizendo isso, foi dando bicadinhas no filho, empurrando-o para fora do ninho, nos galhos da laranjeira, como havia feito com Ceci um dia antes. Dodge estava com o coração aos pulos e suas perninhas tremiam tanto que ele mal podia parar em pé, mas foi seguindo sua mãe.

sábado, 17 de agosto de 2013

Filho meu com medo de voar!?

__ Filho, acorde! Hoje é um grande dia! Venha tomar seu café da manhã pra descermos. Você verá como é maravilhoso voar. Irá conhecer muitos lugares, muitas espécies de pássaros, irá fazer amizades. Vai ser bom. É natural de todos os pássaros. Você não precisa ter medo! Nada. Dodge nem se mexeu. Mamãe, com toda a paciência já ia fazer cafuné pra ele se levantar, quando Papai Ben, muito bravo, chegou: __ Que história é essa de filho meu com medo de voar? Pode se levantar agora, sem moleza. Todo pássaro voa e justamente o meu filho não quer voar? Vamos, moleque, levante já!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

PASSARINHO COM MEDO DE VOAR?

Mamãe Dina deixou que ele ficasse em casa naquele dia, afinal, cada um tem seu tempo, ela sabia disso. Mas Dodge estava avisado que no dia seguinte teria que descer e começar seu treinamento. Papai Ben não gostou nada, nada daquela situação. Onde já se viu um passarinho com medo de voar? Inaceitável! Dia seguinte, sábado: Ceci foi a primeira a pular do ninho, doidinha pra voar. Papai e mamãe prepararam o lanche, mas Dodge não se levantou. Ficou de olhos fechados fingindo que estava dormindo. Ele estava apavorado, só de pensar que teria que voar! Para dizer a verdade, ele quase não havia dormido à noite, só pensando naquilo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

APRENDENDO A VOAR

Finalmente chegou o dia. Pela manhã, Dina o acordara bem cedo, a fim de revisarem todos os passos para o início das aulas dos filhos. Primeiramente iriam auxiliá-los a sair do ninho e pousar nos galhos mais próximos. Aos pouquinhos seriam levados aos galhos mais distantes, pulando; nada de arriscar voo ainda. Isso só aconteceria no segundo dia, quando as crianças iriam tentar pequenos voos nos galhos da laranjeira onde ficava seu lar, e só no terceiro dia, começariam a arriscar os primeiros vôos. E então, aconteceu. Primeiro foi Ceci. Ela mesma, sem esperar ajuda de papai e mamãe, pulou, batendo desajeitadamente suas asinhas, para baixo, no chão. Sua mãe olhou sem acreditar no que via. E a pequena passarinha foi tentando, tentando e ao final daquele dia, apesar de não ser nenhuma expert em voos rasantes, Ceci já podia dizer que não passava aperto. Só na hora de voltar para a laranjeira é que a coisa se complicou um pouco: era muito complicado, porque sua casa ficava num dos galhos mais altos da árvore. Seguindo o papai, foi pulando do chão para um galho mais baixo, depois outro e outro, até que conseguiu chegar em casa, onde, quem diria, Dodge ficara o dia todo, sem ter coragem de arriscar nenhum voozinho.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

LINDA FAMÍLIA

Dodge puxara o pai: tão bonito e tão charmoso quanto. Todos os que vinham visitar a família ficavam encantados com os filhotes. Vovó Zilá veio com seu novo marido e trouxe vários presentes para os netinhos. A passarada toda quis ver a bela família. Durante uma semana a movimentação foi geral na mata. A alegria de Ben e Dina não tinha tamanho. Nunca pensaram que poderia haver tanta felicidade na vida! Os dias que se seguiram foram bastante normais, como acontece com todos os pássaros: Ben saía para buscar comida, fazia uns trabalhos extras para melhorar cada vez mais a situação da família e, à tardinha, voltava para casa e ia ficar com sua linda família. Os filhotes estavam crescendo rápido e logo, logo, chegaria o dia em que ele não poderia mais trabalhar, pois teria que reservar todo o seu tempo para ensiná-los a procurar seu próprio alimento e principalmente, a voar. Esse é o momento mais importante para todas as espécies de pássaros: quando seus filhos saem dos ninhos e podem se virar sozinhos. É uma verdadeira festa quando o filhote alça voo. Mas, Ben sabia que seria necessário esperar o tempo certo, e por isso, aproveitava para trabalhar em dobro, porque quando chegasse a hora, queria estar junto da família.

domingo, 11 de agosto de 2013

Queridos amigos que acompanham a história do Dodge: Infelizmente, por algum motivo, o Facebook bloqueou minha conta. Por isso, estarei "fora" por algum tempo. Usarei outra conta para me comunicar. Abraços e não deixem de acompanhar a família do Dodge...

OS FILHOTES MAIS LINDOS DO MUNDO!

Naquele dia, depois dos últimos retoques, Ben ouviu um pio fino de Dina. Assustado, voou até ela, achando que algo de grave tinha acontecido. Porém, ao chegar, teve uma surpresa: dois filhotinhos marronzinhos, piando feito “gente grande” estavam ali, enroladinhos à mamãe, pedindo comida. Sua emoção foi tão grande que suas pernas de passarinho não paravam de tremer e Ben ficou sem saber o que fazer por alguns segundos, até que Dina o fez acordar com um beijinho: __ Papai, vá buscar comida para os seus filhos! __ É pra já, querida! Agora mesmo! Eles são os filhotes mais lindos que eu já vi! __ Eu sei disso, querido. E os mais famintos também! E assim, começou a família Casaca de Couro: Bem, Dina, Ceci e Dodge Casaca de Couro de Sá. Ceci era uma menininha delicada; puxara a mãe: os olhos e as penas iguais aos de Dina.

sábado, 10 de agosto de 2013

AGUARDANDO A CHEGADA DOS PIMPOLHOS

Depois que Ben terminou de construir sua casa, o casal cedeu seu antigo lar para um grupo de pássaros idosos que não tinham onde morar. Isso é comum entre os casacas de couro. Eles constroem suas casas e, depois, outros podem morar ali. E agora, que o dia da chegada dos bebês estava se aproximando, era preciso dar uma caprichada a mais. E era isso que ele fazia todas as tardes: caprichar no acabamento de seu lindo lar. Dina estava acostumada a acompanhar o marido em seus voos de final de tarde, mas ultimamente, como não podia sair, pois ficava dia após dia chocando seus ovinhos, estava se sentindo um pouco entediada. Então, aproveitava para fazer os casaquinhos de tricô de penas para os filhotinhos, mas não via a hora de os ovos se quebrarem e acabava ficando nervosa demais com Ben, que se armava de toda a paciência com sua amada.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

VIDA NOVA

O casal resolveu morar com D. Zilá, afinal, o ninho que o seu falecido marido havia deixado era espaçoso e cabia tranquilamente uma família bem grande. Viveram felizes e juntos por um bom tempo. Porém, com a notícia da chegada dos pimpolhos, era melhor pensar em construir uma nova casa, com espaço para as crianças brincarem. Além disso, D. Zilá arrumou um namorado e iria se mudar para outra mata. A casa seria construída nos galhos de uma laranjeira, no quintal de uma família diferente das outras famílias humanas. O quintal era preparado para receber a passarinhada, fosse da espécie que fosse. Eles mantinham uma piscina limpinha para que os pássaros tomassem água e se refrescassem do imenso calor que fazia naquela cidadezinha, privilegiada pelo lindo rio que passava por lá. O Rio São Francisco fazia com que aquela cidade fosse uma das melhores de se viver, ali, naquela região. Mas, apesar da imensa quantidade de água, o calor era, às vezes, insuportável. Dessa forma, aquele quintal era um verdadeiro oásis para a passarada. E ainda havia uma goiabeira que durante todo o ano lhes servia de banquete. Melhor lugar do que aquele para se viver, não havia.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

CASACA-DE-COURO-CANTANDO

CASACA-DE-COURO

O INÍCIO DO ROMANCE

E aí, não é preciso dizer mais nada. O namoro começou e, logo, logo estavam de casamento marcado. Ben conseguiu semear um pé de umbu na mata para que D. Zilá pudesse prosseguir com seu tratamento, o que fez com que sua saúde voltasse a ser como era antes. No dia do casamento veio toda a passarada daquelas bandas. Era ave de toda a espécie: veio sabiá, canário, coruja, joão-de-barro, coleiro, bem-te-vi, enfim, veio todo mundo. Foi uma festa muito linda. Era uma cantoria sem fim, que durou até o amanhecer. Ninguém queria ser o primeiro a ir embora. Dançaram e comeram a noite toda. Depois da festa, Dina e Ben viajaram para o Ceará, onde moravam os padrinhos dela. Ficaram por lá durante duas semanas; conheceram as lindas matas e fizeram amizade com muitas espécies diferentes. Foram dias inesquecíveis para eles!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Este é um casaca-de-couro. Se o vir por aí, tire uma foto e manda pra mim...

BEN, MEU HERÓI...

Ben conhecia cada pedaço daquela mata. Participara de todos os campeonatos de voo e jamais perdera uma competição, porque todos os outros desistiam antes de terminar o percurso. Não seria difícil achar uma passarinha perdida, apesar de que o dia havia se transformado em noite, rapidamente. Sem demora, saiu voando e chamando por Dina, com seu belo canto, pelo qual era famoso, não só naquela mata, mas em toda a região norte do imenso estado de Minas Gerais. Voou durante muito tempo, até que de repente, escutou um chorinho fraco e assustado. Era Dina, que estava encolhida num canto de uma árvore, completamente apavorada. __ O que você está fazendo aqui, Ben? Como me encontrou? Como sabia que eu estava perdida? __ Sua mãe me pediu para vir procurá-la. Ela está muito preocupada. Vamos, querida, não tenha medo. Vou levá-la de volta. É só me seguir e você já, já estará em segurança.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

As forças da natureza

Aquele havia sido um dia quente, muito abafado. Em Januária, estado de Minas Gerais, é sempre muito quente. A chuva custa a cair, mas quando cai, costuma ser pra lavar a alma da natureza. O céu começara a escurecer e Dina perdeu um pouco a noção da hora, pois estava colhendo frutas para sua mãe, que não estava muito bem de saúde há alguns dias. Dina voou para muito longe a fim de buscar uma frutinha conhecida como umbu, que poderia ajudar no tratamento de D. Zilá, sua mãezinha. Mas a mata ficou muito escura e Dina não conseguia achar o caminho de volta. D. Zilá ficou muito preocupada e começou a pedir ajuda aos pássaros, que já estavam muito bem abrigados, cada qual em sua casa. Com muito sacrifício, ela batia de porta em porta, tentando conseguir ajuda para sua querida filhinha, mas nenhum pássaro seria maluco de se arriscar por uma passarinha, por mais linda que ela fosse... A não ser, claro, o Ben. Além de ser o pássaro casacs-de-couro mais belo de toda aquela região, era também o mais corajoso e bondoso de todos. E sua amada estava em perigo! Imediatamente ele pegou seu equipamento de busca e voou à procura de Dina, não antes de certificar-se de que D. Zilá estaria em casa segura e tranquila.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Conquistador...

No entanto, um dia chegou à aldeia em que morava uma passarinha diferente: Dina era seu nome. Suas penas reluziam ao sol. Seus olhos brilhavam como pérolas negras. Tinha os pés mais bonitos que ele já havia visto. E seu biquinho, então? Era de fazer qualquer passarinho suspirar. E ainda por cima, ela nem olhava para ele. Ben fazia de tudo para que ela o notasse. Até mesmo a dança do acasalamento – que achava ridícula-, ele fez para ela, mas qual nada, ela virou-lhe as costas num descaso total. E Ben começou a sofrer por amor. Mas o que ele não sabia era que Dina também gostara dele desde a primeira vez que o viu. Foi amor à primeira vista. No entanto, ela conhecia sua fama, que já atravessara aquelas matas, e não queria ser apenas mais uma das que morriam de amores por ele. Ela jurou, assim que o viu, que iria conquistá-lo. E conseguiu: quanto mais ele a paquerava, mais ela o esnobava e ainda mais ele se apaixonava. Até que um dia...

domingo, 4 de agosto de 2013

Atendendo a pedidos...

Benjamim Casaca de Couro de Sá era um rapaz como muitos outros: gostava de sair, paquerar e não queria se prender a nenhuma passarinha, pois achava que a vida devia ser curtida. Era o bonitão da passarada. As garotas se derretiam por causa dele; vivam suspirando pelos cantos quando ele passava voando com suas lindíssimas asas marrons. Ele não se importava com nenhuma delas. Sua diversão era jogar truco com os amigos e pular de galho em galho em busca de comida. Adorava também participar de competições de voos, as quais ele sempre vencia, qualquer que fosse seu concorrente. Não havia tempo para namoricos.
Boa tarde, meus amigos!!

Agradecendo aos amigos de fora do Brasil que estão acompanhando o blog e a história do Dodge, coloquei um tradutor aqui. Não deve ser dos melhores, mas já vai facilitar muito pra galera que nos acompanha!! Muito obrigada a todos que estão juntos comigo!!



Quem são os casaca-de-couro

No mundo da passarada, os casacas-de-couro são considerados os grandes arquitetos, comparando-se ao João de Barro. Seus ninhos são bastante fortes, capazes de aguentar grandes chuvas. Eles utilizam todo tipo de material capaz de fazer com que sua moradia seja a mais segura: usam gravetos e espinhos, plásticos, embalagem de creme dental, pedaços de lata, copinhos de iogurte, fibras vegetais, cascas. O ninho pode medir trinta centímetros de altura. Tem forma de forno, com um túnel de entrada. Se por acaso o casal resolve se mudar, outras aves, e até mesmo outras espécies, como morcegos e corujas, podem se abrigar ali. Realmente é uma bela casa! Os casacas-de- couro se alimentam de insetos, frutas, ovos e sementes. Seu nome científico é pseudoseisura cristata.

Quando um macho encontra sua “cara metade”, o casal nunca se separa. É um amor que dura por toda a vida. E foi assim com o Sr. e a Sra. Casaca de Couro. Uma linda história de amor!

sábado, 3 de agosto de 2013



Lindinho!!!
DODGE, O PASSARINHO QUE NÃO SABIA VOAR

CAPÍTULO I


__ Senhor Casaca de Couro, o senhor não acha que já está na hora de entrar, não? Daqui a pouco as crianças vão chegar e essa casa ainda não está nem na metade!
__ Mas, amorzinho, eu trabalhei o dia todo... Dá uma folguinha pra mim.
__ Nada disso. Ainda faltam uns gravetos na parte de cima, onde irão ficar os pequenos. O Doutor Corujito disse que os ovos já estão perto de rachar e vai começar a chover. Temos que estar preparados. São duas crianças que dependerão de nós. Precisamos ter tudo sob controle. Há várias gerações que somos os melhores arquitetos de toda a passarada. Não vai ser agora que vamos quebrar a tradição. Trate de se mexer e procurar os gravetos mais fortes e bonitos que puder para que a nossa casa esteja linda para receber nossos filhinhos.
__ Está bem, cara Senhora Casaca de Couro. Sem problemas. Amigos, até amanhã. A patroa está certa. É ela quem manda.
E era sempre assim na casa do Senhor Casaca de Couro. Sua esposa estava sempre certa e ele atendia a todas as suas ordens. Mas eram muito felizes. Tinham se casado há alguns anos e ainda não haviam sido agraciados com um filho. Entretanto, há duas semanas receberam a notícia do Dr. Corujito de que viriam dois lindos passarinhos, em breve. Desde então, A Sra. e o Sr. Casaca de Couro não faziam outra coisa a não ser prepararem-se para o grande dia.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

APRESENTAÇÃO

Em primeiro lugar, deixem-me apresentar a vocês o meu personagem: encontrei tudo sobre ele neste site:
http://www.wikiaves.com.br/casaca-de-couro

Olhem só como esse carinha é apaixonante!
Casaca-de-couro

O casaca-de-couro é uma ave passeriforme da família Furnariidae. É  conhecido também como carrega-madeira-do-sertão, carrega-madeira-grande (Bahia) e joão-de-moura (Ceará). Nas regiões do sertão e seridó da Paraíba esta espécie é também chamada de cajaca-de-couro, cajaca-vermelha e casacão.

Eles são tão especiais que o maravilhoso compositor Jackson do Pandeiro gravou esta linda canção nordestina de Rui de Morais e Silva que descreve esses lindinhos. 

Casaca de couro

Xô, xô, xô, xô
Casaca de couro
Cantando as duas na telha
Cantando as duas na telha.

(refrão)

Parece um arapuá
Cheio de vara e algodão
O ninho de uma casaca
Não parece ninho não
Parece mais um dos parceiros
Dos “pajáu” do sertão.

Em riba do pé de turco
Tem um ninho de graveto
Tem garrancho de jurema
Tem pau branco, tem pau preto
Tem lenha que dá pra facho
Tem vara que dá espeto.

Uma grita, outra responde
Uma baixa, outra também
Parece mulher pilando
Pro mode fazer xerém
Subindo e descendo as asas
Como os seios do meu bem.

Eu nunca vi desafio
Mais bonito, mais iguá
Duas casacas de couro
Quando começa a cantar
Parece dois violeiros

Num galope à beira-mar.

Viram? Pois um casal de casaca-de-couro esteve no meu quintal e formou uma bela família. Ficamos observando essa turminha por várias semanas e, depois do que aconteceu, eu resolvi escrever, de maneira mais feliz, sua história. Talvez eu nunca diga aqui o que realmente aconteceu, não sei... Mas acompanhem a minha história... será um prazer recebê-los aqui!

Olá, amigos!

Bem... Resolvi criar este blog para compartilhar com vocês meu novo livro: Dodge, o passarinho que não sabia voar. Esta história começou a partir de um fato: em meu quintal apareceu uma família de pássaros, os quais eu nunca havia visto. Fui pesquisar sobre eles e aprendi um pouco. Vou partilhar com vocês tudo o que puder. A história, aconteceu, em partes... Claro que tive que mudar um pouco, porque, nem sempre a vida real é muito bela, não é mesmo? Acompanhem as aventuras dessa figurinha linda! 

Beijos e abraços a todos! E... Sintam-se à vontade para comentar!