terça-feira, 3 de setembro de 2013

Os amigos de verdade...

Enquanto isso, na casa dos Casaca de Couro, tudo estava perfeitamente normal: Ceci já estava voando ali por perto, com as amiguinhas, sempre sob o olhar de sua mãe. Dodge também já havia feito muitas amizades. Todos os passarinhos começaram a andar pelo chão para ficarem perto dele. Era um pula daqui, pula dali de passarinhos, que se um humano visse, certamente iria querer fazer um filme deles. E os donos do quintal resolveram escrever esta história. Dias mais tarde, o Dr. Corujito, vai visitá-los: __ Pode entrar, amigo Corujito. Sinta-se em casa. __ Obrigado, amigo Ben. E seu filho, Dodge, como vai? Já vi, lá fora, que ele fez muitas amizades. E as asas, já se soltaram? __ Que nada, amigo. Continua na mesma. É praticamente um atleta, mas só anda por aí, literalmente, e, veja você, pulando. E os amigos vão seguindo-o por toda a parte. É desconcertante, amigo Corujito. Os pais não gostam nada de ver seus filhos com meu Dodge. Eu posso entender, perfeitamente... __ Bom, então vamos começar com nossos exames imediatamente. Chame o menino, por favor. E logo, o menino- problema estava pronto, esperando ser examinado pelo amigo do pai.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PESQUISANDO SOBRE O PROBLEMA DE DODGE

E os dois se encaminharam para o andar de baixo da casa, onde ficava a biblioteca do sábio. Ali se encontravam dezenas de livros sobre a mata, os animais diversos e principalmente, sobre os pássaros. A maioria das pesquisas havia sido feita pelos ancestrais do Dr. Corujito e ele continuava suas pesquisas. Foram direto a um livro que mostrava todos os pássaros do cerrado e lá estava a espécie de Ben, o casaca de couro. Havia muitas informações a respeito deles, mas nada que indicasse haver algum problema com suas asas. Não havia outro relato, a não ser o de Theo, irmão de Ben. Assim, Dr. Corujito pediu-lhe um tempo maior para que aprofundasse mais suas pesquisas sobre o caso, que não parecia ser hereditário. Dodge poderia estar com algum tipo de bloqueio, mas ainda era muito cedo para saber. Ficou combinado que o sábio iria visitá-los nos próximos dias, tão logo tivesse algumas respostas.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ELA SABIA QUE SEU FILHO SERIA DIFERENTE DOS OUTROS...

Dina chorava baixinho para não acordar as crianças. Seu coração estava muito triste por saber que seu filhinho não seria um pássaro como os outros. Certamente seria discriminado, iria sofrer muito durante toda a vida, isso, se tivesse uma vida pra viver, pois um pássaro que não voa, provavelmente, não poderia viver. Mas, sem dúvida, parados é que não poderiam ficar. Era preciso fazer alguma coisa e ela seria forte o suficiente para ajudar o filho. __ Está bem, querido. Amanhã chamaremos nosso amigo para tentarmos entender o que está acontecendo. Vamos dormir. No dia seguinte, papai Ben acordou cedo após uma noite inquietante, e foi procurar o amigo, Doutor Corujito, uma ave conhecidamente sábia, capaz de solucionar diversos casos por aquelas bandas. Apesar de saber que era ainda muito cedo para uma visita, Ben bateu à porta e imediatamente, o amigo lhe atendeu: __ Benjamim, que surpresa, meu amigo. Entre, por favor, vamos tomar um café comigo. O que está havendo? __Amigo Corujito, estamos, Dina e eu, com um problema sério: nosso filhinho, Dodge, não consegue voar. Não sei se tem medo ou algum problema físico. De qualquer jeito, precisamos ajudar nosso filhote. Ele não irá sobreviver se não aprender a voar. __ Hum, isso me lembra se irmão Theo... Será que temos aí um caso de hereditariedade? Precisamos pesquisar. Vamos até a minha biblioteca passareira.

sábado, 24 de agosto de 2013

Como é que você vai se proteger sem conseguir voar?

E falando isso, abaixou a cabecinha, tristemente, e começou a caminhar pelo quintal, em busca de um lugar para esconder-se de si mesmo. Então, seu pai correu em direção a ele: __ Não, meu filho, claro que não! Eu amo você e não quero que fique longe de mim. E eu não estou decepcionado com você, apenas preocupado. Como é que você vai se proteger sem conseguir voar? Você consegue voltar para casa, ou precisa de ajuda? __ Consigo, papai, não é difícil, veja! E foi subindo com tanta agilidade que seu pai ficou espantado. Nunca tinha visto um passarinho escalar antes. Mas, alguma coisa precisa ser feita. Ben pode observar que não era só a passarada quem estava preocupada com aquela situação. A família humana, dona do quintal em que eles moravam, também estava apreensiva. À noite, depois que as crianças dormiram, Ben chamou a esposa para terem uma conversa: __ Querida, já sabemos que nosso menino tem algum problema. Agora, precisamos nos unir para tentarmos resolver. Pode ser que ele tenha herdado o problema que meu irmão teve: paralisia nas asas. Não sei se é hereditário, mas tudo indica que é esse o problema de Dodge. Ele não sente as asas. Precisamos chamar o Dr. Corujito para nos aconselharmos com ele. Ele saberá o que fazer.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A PASSARADA RESOLVEU INTERVIR

No dia seguinte, tudo de novo: um pouco mais fácil agora, porque Dodge já sabia que dava para se virar com seus pezinhos. Ele não conseguia sentir a magia do voo, como mamãe falara. Era como se ele não se sentisse um pássaro. Não sentia suas asas, era como se elas não estivessem ali, como se não respondesse aos seus comandos. Dessa vez, a passarada resolveu intervir: o sabiá foi o primeiro a chegar. Dava pequenos voos para que ele o seguisse. Da mesma forma, Dodge ia atrás, andando. Depois foi a vez do bem-te-vi e, tudo do mesmo jeito. Estava complicado. Papai Ben olhava, desanimado, aquela cena e se lembrava de seu irmão. Será que o destino de seu filhinho seria o mesmo? Preso em uma gaiola? Ou quem sabe, morto. Porque, que garantias de vida tem um pássaro que não voa? Resolveu ajudar. __ Filho, levante as asas e bata-as. Verá que não é difícil; é natural. Você pode, você consegue. Vamos, levante suas asinhas bem alto! __ Mas, papai, eu não consigo levantar as asas. Sei que elas estão aqui, mas não as sinto. Não tenho vontade de voar. Prefiro andar. Para mim é mais fácil. Eu sei que você está decepcionado comigo, mas eu não consigo sentir. Se você quiser, eu vou embora para bem longe daqui, para não envergonhá-lo.